Aline Barros “Furacão da Música Gospel” Um Show de Fé e Entretenimento

04/03/2010 12:58

A manchete é de um dos jornais de hoje de nossa cidade, DIÁRIO DO AÇO, e expõe com absoluta clareza os rumos que o Evangelho tomou diante da exploração comercial a que está sendo submetido, numa irracionalidade espiritual brutal. Mostra também quais são as verdadeiras intenções dos que encontraram na musica religiosa uma mercado financeiro aberto e em franca expansão, com rentabilidade monetária garantida. Sinto-me enojado ao ver que pessoas estejam sendo endeusadas, tratadas como possuidoras de super poderes; como “FURACÃO” num meio onde a humildade e a discrição deveriam nortear quaisquer ação; afinal lida-se com os sentimentos, com a fé e não com mercadorias de prateleiras, muito embora o objetivo principal seja a venda de CD.s e outros produtos ligados ao “mundo gospel” que transformou-se numa praga perniciosa no meio religioso.

“Se o meu povo que se chama pelo meu nome, se “humilhar“, e orar, e me buscar, e se arrepender de seus maus caminhos, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” – I Crônicas 7:14. O texto é imperativo e impositivo. “Se” e somente “se” o povo de Deus se humilhar ele será ouvido e atendido, o que implica em não fazer do estrelismo uma bandeira, também não abre espaço para a busca frenética por prêmios ou títulos como o acima citado.

Humildade vem do Latim humus que significa “filhos da terra”. Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão.

A estrutura montada para estes espetáculos denota claramente o tamanho do investimento financeiro, que sem duvida alguma, seria muito melhor usado em campos missionários para atender às necessidades daqueles que vivem na miséria absoluta. Mas, eles que se virem e como disse um político esta semana, “o povo que se dane”!

As “HUMILDES” estrelas que fazem o espetáculo religioso exigem passagens de avião, tecnologia de ultima geração, camarins de luxo, tratamento vip, hotel cinco estrelas, cardápio qualificado entre outras exigências incompatíveis para quem lida com o Evangelho, isto sem se esquecer do “CACHÊ”, que nunca fica barato. Ia me esquecendo da loja de venda de produtos, que em hipótese alguma não pode faltar, além de estar em local estratégico. É o mercado da fé regado a muita mordomia!

Quanto a Aline Barros, como profissional, é inegável as suas qualidades no trato com a musica, já com o Evangelho eu tenho as minhas duvidas. A exposição dela nas telinhas é uma evidência absoluta do estrelismo religioso que é abertamente usado no competitivo mercado de consumo dos produtos religiosos. Os lucros com ela são claros e incontestáveis.

O que o povão está indo buscar nestes espetáculos? Deus não é e isto é evidente, pois ele não compactua com coisas deste gênero. O meu Deus é Deus do impossível e não de shows onde ele é esquecido ou tratado como coadjuvante; onde o homem é engrandecido e o Espírito Santo relegado ao segundo plano. Corre-se atrás do barulho e de alguma forma de extravasar as energias já que ali as musicas e a programação montada conduz exatamente para isto. Só lembrando que a fé não dá “show” nem promove “espetáculos” coisas que são peculiares ao Diabo e seus assessores. Ela dá “TESTEMUNHO” da graça redentora do amor insondável de Deus. Aliás, o evangelho movido por este tipo de coisas não é evangelho, mas sim um produto da vaidade e do orgulho dos homens; Jesus arrastava multidões para ouvirem suas mensagens e para conhecerem a sua capacidade em lidar com as enfermidades do corpo e da alma do povo; ele não corria atrás de aplausos nem tão pouco se preocupava em ser ovacionado pelas multidões. Hoje, os “artistas da fé” arrastam multidões para os seus espetáculos com a intenção clara da busca pelo sucesso e do aplauso que massageiam o ego e faz bem aos desejos carnais do coração.

Com certeza absoluta, para uma reunião de oração, pouquíssimos estariam dispostos a passarem horas assentados já que de pé, isto nem pensar. Orar não atrai ninguém, já o barulho e show de luzes e de suntuosidade sim, o que mostra que as pessoas estão sendo movidas por paixões embutidas em pessoas que se tornaram artistas de ponta, tipo top de linha, que aproveitaram as brechas da religiosidade míope para construírem seus impérios musicais. TUDO EM NOME DE DEUS!

A história do “Jeca Tatu” dos meus tempos de criança, um homem que vivia tomado de uma anemia brutal, mostra que depois que ele descobriu o “Biotônico Fontoura” até as galinhas de sua propriedade passaram a produzir mais. O povo evangélico está precisando do “Biotônico Fontoura Espiritual” encontrado nas farmácias das Escrituras Sagradas para combater a anemia religiosa que se abateu sobre o povo de Deus neste tempo. A anemia fisica é a diminuição dos níveis de hemoglobina na circulação, já a anemia espiritual é a diminuição da presença do Espirito Santo na conduta cristã de qualquer pessoa que assume o papel de servo do Rei da Glória, Cristo Jesus.

O triste é que, mesmo sendo de graça e sem qualquer contra indicação, pouquíssemas pessoas estão dispostas a se submeterem ao tratamento racional encontrado na Bíblia. Preferem os sermões encomendados, as frases de efeito psicológico, os jargões e conselhos de pessoas desprovidas de preparo espiritual para lidarem com as doenças que afetam a alma do ser humano. Pessoas com Curso Superiorr que é capaz de transformar profundamente o intelecto, mas não a alma. Quem faz um Curso Superior abre as portas, as janelas e os porões da mente para a entrada da luz do conhecimento, mas não do Espirito Santo. É uma experiência inigualável profissional, mas na grande maioria, um desastre para a vida espiritual. São pessoas formadas em Administração Empresarial, Psicologia, Direito; Pós-Graduados em Ciências da Computação e até Médicos. Os púlpitos estão cheios de diplomas, mas vazios do poder de Deus e isto é uma ameaça velada ao crescimento e ao fortalecimento do Reino de Deus aqui na terra.

Voltando ao “FURACÃO”, vale lembrar que as luzes dão brilho ao espetáculo, mas ofuscam a sublimidade e a beleza da mensagem do Evangelho; colocam em evidência, diante dos holofotes, seres humanos, mas escondem de forma perigosa o verdadeiro dono de todas as coisas, Deus; o show faz bem aos olhos, aos ouvidos e ao corpo, mas não trazem qualquer alento para o coração; rende um bom lucro financeiro, mas causa prejuízos inestimáveis para a alma.

Por tudo isto, prefiro “UM SERVO“ a serviço do Rei da Glória do que “UM FURACÃO” a serviço da indústria e do comércio da fé. Prefiro ser conservador, mantendo as origens do cristianismo a abrir mão em benefício do avanço deste evangelho tecnológico de fachada que despreza a lei do Senhor, que não medita nela hora nenhuma.

“Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer. E ainda que me ofereçais sacrifícios e oferta de louvores, não me agradarei delas”
Amós 5:21

por:  Carlos Roberto Martins de Souza / Artigos Cristãos

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